''Então vem. Porque eu sou a sua Camila e você não pode me deixar
deitada na praia, senão vai passar o resto da sua vida se arrependendo.
Então vem. Porque você me ganhou e eu quero que você minta pra mim, na
minha cara, olhando nos meus olhos enquanto me come. Vem. Eu sou sua.
Isso era eu em 2008. Uau, ein? Que força, que furacão. Eu era, eu
era. Once a fire. Sinto que não sei mais sentir, não sei mais me deixar
sentir, não sei mais me entregar. EU NÃO SEI MAIS ME ENTREGAR. Nem por
duas horas. Nem por meia hora. Fingir eu nunca soube mesmo, e nem quero
aprender. Nunca pensei que passaria por isso. Eu achava que seria pra
sempre a impetuosa jovem das linhas acima, que quebrava a cara
repetidamente e levantava e levantava e cuspia sangue e dizia bring it
on, you mfcks. Não quebro mais a cara porque não caio, e se cair, não
tem sangue pra jorrar, não tem coração pra bater, não tem porra nenhuma
há anos. Eu até tentei mentir que tinha e só consegui sentir ódio. Ódio
de mim, ódio daquilo tudo onde eu tinha me metido nem sei como e uma
frustração inenarrável. Acho que sequer posso dizer que aquela era eu.
Era um pedaço, um fragmento pequeno e incompleto de mim que jamais
vingaria. Bom, eu tentei.
Eu sinto muito, mas eu não sinto nada.''
Nenhum comentário:
Postar um comentário