sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Feminista e mulherzinha


Querido Deus,

Que eu possa continuar tendo noitadas com as amigas.
Que eu possa ser poser em cima de um salto 15.
Que eu possa cozinhar, sonhar em ter filhos.
Que eu estude, trabalhe, pague o motel.
Que eu coma muitos chocolates entre uma ou outra crise de insegurança.
Que eu possa pintar as unhas de rosa.
Delicada ou agressiva,
me casando na igreja de véu e grinalda OU NÃO,
que eu possa ser tudo q eu bem entender.
AMÉM.

''Desconfie se as pessoas começarem a ter medo de falar com você. Sinal de que, antes dos 30, vc pode estar se transformando numa velha amarga tomando seu vinho, fumando charuto e ouvindo Piaf, de batom carmim borrado. Blasé.''

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

'Não sei mais falar, abraçar, dar beijos, dizer coisas aparentemente simples como "eu gosto de você". Gosto de mim. Acho que é o destino dos escritores. E tenho pensado que, mais do que qualquer outra coisa, sou um escritor. Uma pessoa que escreve sobre a vida – como quem olha de uma janela – mas não consegue vivê-la. Amo você como quem escreve para uma ficção: sem conseguir dizer nem mostrar isso. O que sobra é o áspero do gesto, a secura da palavra. Por trás disso, há muito amor. Amor louco – todas as pessoas são loucas, inclusive nós; amor encabulado – nós, da fronteira com a Argentina, somos especialmente encabulados. Mas amor de verdade. Perdoe o silêncio, o sono, a rispidez, a solidão. Está ficando tarde, e eu tenho medo de ter desaprendido o jeito. É muito difícil ficar adulto.'

(Caio F. Abreu)

quarta-feira, 24 de agosto de 2011


"Não precisas de tristeza, de palavras ou de sinais; Não precisas colher a fruta antes de ela crescer, tampouco, limitá-la a nunca florescer; Não precisas montar circos e nem carregar elefantes nas pontas dos dedos; Não precisas mentir, fingir, amaldiçoar ou julgar... Apenas sê amoroso e este simples estado contagiará o mundo que te cerca, sem que nada precises fazer para que isto aconteça. Silenciosamente amoroso... Para que assim te sintas, procura nas profundezas das tuas águas azuis, tuas estrelas marinhas; No deserto da tua sede, o conhecimento da tua vontade. Procura na transparência da bondade, os bordados que o Criador te deixou; No brilho da gentileza, a alegria em não machucar. Procura nos vales da solidão, a crueldade com que te excluis de ti mesmo; Nas comportas da permissão, a coragem para que sejas livre. Procura no silêncio do amanhecer, a canção do Universo; Na doçura dos teus sonhos, a realidade para os teus planos. Procura na realidade em que vives, a força que vai contigo; No aconchego da presença silenciosa de Deus, a luz que te banha. Não te demores em tantas confusões, em tantos enganos, mas sim, permita-te ser amoroso e desfrutarás do verdadeiro propósito que a ti está reservado".

terça-feira, 23 de agosto de 2011

'... e que nada nem ninguém é mais importante do que nós próprios. E não devemos negar-nos nenhum prazer, nenhuma experiência, nenhuma satisfação, desculpando-nos com a moral, a religião ou os costumes.'


(Marquês de Sade)

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

'Depois de uma pilha de relacionamentos frustrados, e mais uma fila, de gente arrependida, eu não sou categorizada como mulher pra namorar. E não, não fico triste. Até abro um sorriso. Não sou mulher pra namorar. E o maior problema nisso tudo: sou mulher pra casar! É isso mesmo. Todos querem me congelar. Pensam em me guardar num potinho; quem sabe pra daqui uns anos, ou algum dia, quando a tão falada estabilidade financeira chegar. Depois que dou as costas, acabam se tocando que como eu, mais nenhuma. Poucas, quem sabe. E vão penar até encontrar.
Existe uma diferença, mesmo que sutil, entre mulheres namoráveis e musas pra uma vida inteira. E as declarações póstumo-amorosas que escuto dos coitados que não aproveitaram a chance maravilhosa que era me ter ao lado, e não souberam aproveitar, reforçam ainda mais o coro. Ficam no pé por dias. Alguns, estão implorando à meses. Pode demorar, mas voltam. Sempre, sempre. Isso, se você for menina de véu e grinalda, que se sonha em deitar sob a grama e olhar as estrelas. Se não, desculpa, mas você fica na categoria de temporárias. Uma pena.
Mulher pra casar é aquela que sai com os pés firmes, e sabe o caminho de volta. Consegue adequar sua vida, com ou sem um cara. A sonhadora de tempo-curto, coloca outro, ou até mesmo, no plural, no lugar. E ainda assim, não é feliz, se embola ainda mais em encontros mornos, amores requentados e chances boas desaproveitadas. A futura casada chora tudo que tem pra chorar num dia, ou no máximo dois. Fala o que tem a dizer, e escuta de pé o que não precisaria ouvir. E ainda assim, mantém a sua integridade, e caminha sorrindo, sabendo que a vida pode lhe reservar surpresas mil, quem sabe na próxima porta. Ou janela. A apenas-namorável não diz o que pensa, muito menos o que sente. E continua a procurar o mal-feitor, aquele que já está em outra, e nem aí. Fingindo ser superior, e não notando, o quão ridícula pode soar, com todo o seu teatro. Realmente, uma comédia. Casável, e sua vida própria; namoradinha, e largo tudo pra te ver. Agorinha. Na mão, quando quer. Uma desvalorização que beira ser pior que a Bolsa de Valores.
Mulher pra casar mantém intactas as suas prioridades, e mais: seus gostos.
Não é porque o rapaz curte um pagode, que ela larga o seu bom e velho rock de lado. Continua pintando as unhas de cores experimentais. Não afoga seu estilo moderno, porque ele é conservador. Faz mais do que isso: consegue a façanha de o fazer amar tudo isso. Ela encanta. E o deixa também encantado. Sabe se adequar às diferenças, e que além de tudo, dão cor aos (bons) relacionamentos. Ele não se sente preso. E sim, quer prender essa criatura encantadora a qualquer custo. Não pode, e nem quer, deixar pra mais ninguém. Pena que, se dêem conta disso somente depois de algumas pisadas na bola; e a guria já longe, alheia. Distante. A menina para namorar, não. Finge gostar do que detesta, e vai além com seu script: gosta de tudo o que o cara gosta. Tudinho. Pra estar grudada, enclausurada, unida nele. E não percebe, que se mantém cada vez mais longe, é do coração que queria atingir. Qualquer coisa está boa. E é assim que ele a vê: qualquer coisinha. Aperitivo.

Mulher pra casar, e seu jeito único. Garota de namoro, e a atitude que tantas tiveram. Seu tempo, ruindo com o vento. Ampulheta baixando, e tic-tac: hora de dar tchau, sábios Teletubies.
Quase-noiva e amor com sexo; namorada, e sexo sem amor. Tesão, apenas. Válvula de escape. Mulher pra casar, e nenhuma preocupação em agradar; menina da vez, e apenas porque era o momento DELE de dar um tempo das festas, e parar. E surpresa: você estava ali, sem nada melhor. Ele também, acredite. Casável, e sua marca registrada. Eterna. Namorável, e uma a mais na lista. Temporária. Aquela que se sonha em ver rodeada de filhos, e pilotando um fogão, e não tem nenhuma vontade disso. E sim desejo de viajar, construir carreira, e pular de para-quedas. Essa, pra one night stand, e vê-la nua. Quem sabe, por mais alguns dias. E ela que abandone os planos pra essa noite, pra quando o boy quiser. Um grande diferencial: uma tem metas, sonhos e delírios, além de um homem. A outra, deixa tudo de lado, por uma pessoa de carne e osso, como ela. Vida própria, não existe. E amor próprio, menos ainda. Amigas, adeus. Colégio, de mal a pior. E o que ela ganha, é apenas estabilidade (com tempo marcado) e segurança. Uns chifres na cabeça, que a sociedade é ainda muito machista e hipócrita. Tradução: tédio e enganação. Os homens escolhem quem vão namorar, mas na maioria das vezes, não tem o mesmo poder sob quem os faz comprar uma aliança para dois. O coração, e a vontade de ter ao lado deles alguém livre, independente e equilibrada, somada ao amor por uma criatura singular e diferente, é o que dá liga. É o que embarca os sonhos. Fazer outra pessoa ter vontade, e não, ser pego pela barriga ou pelas circustâncias (leia-se: gravidez ou comida, tudo aqui vale). Depois da centésima decepção, e a volta de mais um ex-qualquer-coisa, é o que concluo. Acreditem: tenho mais de quatro no pé, ou melhor, nas mãos. E tão fugaz e excêntrica, não quero nenhum deles. O timer já tocou faz tempo, i'm sorry. É isso, entendi sim.
(Camila Paier)

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Um cérebro ofuscado pelo manequim 36.
ô vidinha de boneca inflável...
:(

'Dê amor
Dê paixão
Dê espera
Dê esperma
Dê prazer
Dê fogo
Dê uma nela
De carinho
De sacanagem
De sarro
De fato
Dê amor
Dê segurança

De anca na anca dela
(cadela)
E amanheça de cabeça dentro dela.'

Cérebro Eletrônico

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Ah! Bruta flor, bruta flor


'Onde queres revólver, sou coqueiro
E onde queres dinheiro, sou paixão
Onde queres descanso, sou desejo
E onde sou só desejo, queres não
E onde não queres nada, nada falta
E onde voas bem alto, eu sou o chão
E onde pisas o chão, minha alma salta
E ganha liberdade na amplidão'

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O último

'Eu me descubro ainda mais feliz a cada pedaço seu e de tudo o que é seu. Eu amo tanto o seu banheiro com as combinações em verde e a chuva fina do chuveiro, que chorei essa manhã enquanto você tomava taffman-e e ouvia música eletrônica. Às vezes você é tão bobo, e me faz sentir tão boba, que eu tenho pena de como o mundo era bobo antes da gente se conhecer. Eu queria assinar um contrato com Deus: se eu nunca mais olhar para homem nenhum no mundo, será que ele deixa você ficar comigo pra sempre? Eu descobri que tentar não ser ingênua é a nossa maior ingenuidade, eu descobri que ser inteira não me dá medo porque ser inteira já é ser muito corajosa, eu descobri que vale a pena ficar três horas te olhando sentada num sofá mesmo que o dia esteja explodindo lá fora. E quando já não sei mais o que sentir por você, eu respiro fundo perto da sua nuca, e começo a querer coisas que eu nem sabia que existiam.
(...)
Eu, que sempre quis desfilar com a minha alegria para provar ao mundo que eu era feliz, só quero me esconder de tudo ao seu lado. Eu limpei minhas mensagens, eu deletei meus emails, eu matei meus recados, eu estrangulei minhas esperas, eu arregacei as minhas mangas e deixei morrer quem estava embaixo delas. Eu risquei de vez as opções do meu caderninho, eu espremi a água escura do meu coração e ele se inchou de ar limpo, como uma esponja. Uma esponja rosa porque você me transformou numa menina cor-de-rosa. Você me transformou no eufemismo de mim mesma, me fez sentir a menina com uma flor daquele poema, suavizou meu soco, amoleceu minha marcha e transformou minha dureza em dança. Você quebrou minhas pernas, me fez comprar um vestido cheio de rendas e babados, tirou as pedras da minha mão. Você diz que me quer com todas as minhas vírgulas, eu te quero como meu ponto final.

(Tati Bernardi)

quinta-feira, 4 de agosto de 2011



(...) Você já parou para pensar nas besteiras que faz por carência? Liga pra relacionamentos falidos, dá bola pra babacas...
(Tati B.)